Testosterona baixa em homem: quais são os sintomas e como identificar?
A testosterona é um dos hormônios mais importantes para o bem-estar e a saúde do homem, influenciando desde a força muscular até a libido e o humor. Contudo, muitas vezes, a testosterona baixa em homem pode impactar consideravelmente a qualidade de vida.
Neste artigo, vamos abordar o que significa ter testosterona baixa, seus principais sintomas, causas e opções de tratamento.
O que acontece quando o homem está com a testosterona baixa?
A testosterona é o principal hormônio sexual masculino, responsável por diversas funções essenciais no organismo, desde o desenvolvimento das características masculinas até a manutenção do bem-estar físico e mental. Quando os níveis desse hormônio estão abaixo do ideal, o homem pode sofrer uma série de sintomas e complicações que afetam várias áreas do corpo. Aqui estão os principais efeitos da testosterona baixa:
Diminuição da libido e disfunção erétil
Um dos primeiros sinais de testosterona baixa é a redução do desejo sexual, ou libido. A testosterona é fundamental para a função sexual, e sua baixa pode levar a uma diminuição significativa na vontade de ter relações. Além disso, muitos homens com baixa testosterona enfrentam problemas de disfunção erétil, ou dificuldade em manter uma ereção firme. Embora a testosterona não seja o único hormônio envolvido na função erétil, seus níveis reduzidos podem contribuir para problemas de desempenho.
Perda de massa muscular e aumento de gordura corporal
A testosterona é crucial para o desenvolvimento e a manutenção da massa muscular. Quando os níveis estão baixos, o homem pode perceber uma diminuição gradual da massa muscular, mesmo se estiver se exercitando. Além disso, a testosterona ajuda a controlar o metabolismo e a distribuição de gordura. Com a falta do hormônio, ocorre um acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal, o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares.
Fadiga e redução de energia
O cansaço extremo e a falta de energia são sintomas frequentes entre homens com baixa testosterona. Esse tipo de fadiga não é apenas uma sensação de cansaço, é uma exaustão persistente que pode dificultar a realização das atividades do dia a dia. Mesmo com descanso e sono adequados, homens com baixa testosterona podem sentir a falta de energia.
Alterações no humor e problemas emocionais
A testosterona desempenha um papel significativo na saúde mental. Homens com baixa testosterona frequentemente relatam alterações de humor, incluindo sintomas de depressão, irritabilidade e ansiedade. Esse desequilíbrio hormonal pode tornar o homem mais vulnerável ao estresse e menos capaz de lidar com desafios emocionais.
Diminuição da densidade óssea
Embora a perda óssea seja mais comum nas mulheres, homens com testosterona baixa também correm o risco de desenvolver ossos mais frágeis. A testosterona contribui para a densidade óssea, e sua falta pode levar à osteoporose, aumentando o risco de fraturas e problemas ósseos graves ao longo da vida.
Redução da fertilidade
A testosterona está diretamente ligada à produção de espermatozoides. Com níveis baixos desse hormônio, a quantidade e a qualidade dos espermatozoides podem ser afetadas, o que pode levar a problemas de fertilidade. Homens com testosterona baixa que desejam ter filhos devem discutir opções com seu médico, já que a terapia de reposição hormonal nem sempre é indicada para aqueles que querem preservar a fertilidade.
Problemas cognitivos
A testosterona também influencia a função cognitiva. Homens com baixa testosterona podem ter dificuldades com concentração, memória e clareza mental, experimentando um fenômeno conhecido como “névoa cerebral”. Isso pode dificultar o desempenho no trabalho e até mesmo nas atividades cotidianas, levando a uma sensação de frustração.
Distúrbios do sono
A baixa testosterona pode contribuir para problemas de sono, como insônia e apneia do sono. O sono de má qualidade, por sua vez, pode piorar ainda mais os sintomas da testosterona baixa, criando um ciclo vicioso. Estudos mostram que níveis saudáveis de testosterona estão relacionados a um sono mais profundo e restaurador, essencial para o bem-estar físico e mental.
A importância do sono na saúde metabólica
Como tratar a falta de testosterona no homem?
Tratar a falta de testosterona envolve abordagens que variam desde ajustes no estilo de vida e suplementação até terapias hormonais, dependendo da causa e da gravidade da deficiência. Uma avaliação médica detalhada é essencial para determinar o tratamento mais adequado. Vamos explorar cada uma dessas abordagens:
Terapia de reposição de testosterona (TRT)
A terapia de reposição de testosterona, conhecida como TRT, é um dos tratamentos mais comuns e eficazes para homens com baixos níveis de testosterona. Esse tratamento é realizado sob supervisão médica e possui diferentes métodos de administração, como:
- Injeções intramusculares: aplicadas a cada uma ou duas semanas, essas injeções mantêm níveis mais constantes de testosterona no sangue.
- Géis ou cremes: aplicados diariamente na pele, esses produtos permitem uma liberação gradual de testosterona no organismo.
- Adesivos transdérmicos: colocados na pele, esses adesivos liberam o hormônio lentamente durante o dia.
- Implantes subcutâneos: pequenos cilindros de testosterona são inseridos sob a pele, onde liberam o hormônio por um período de até seis meses.
A TRT pode ajudar a restaurar os níveis de testosterona para a faixa normal, aliviando sintomas como baixa libido, cansaço, alterações de humor e perda de massa muscular. No entanto, é importante que o tratamento seja feito sob monitoramento médico para evitar efeitos colaterais, como retenção de líquidos, aumento dos glóbulos vermelhos e, em alguns casos, alterações na próstata.
Como funciona a reposição hormonal masculina?
Mudanças no estilo de vida
Alguns hábitos de vida podem ajudar a melhorar naturalmente os níveis de testosterona e devem ser considerados como parte de um plano de tratamento mais abrangente. Entre as mudanças recomendadas estão:
Praticar atividades físicas regularmente: exercícios, especialmente os de alta intensidade e levantamento de peso, estimulam a produção de testosterona. O treino com pesos, em particular, tem mostrado ser benéfico para aumentar os níveis do hormônio.
Ter uma dieta rica em nutrientes: a dieta é fundamental para a produção hormonal. Alimentos ricos em proteínas, gorduras saudáveis e carboidratos complexos, como carnes magras, ovos, peixes, nozes e vegetais folhosos, ajudam a manter os níveis de testosterona saudáveis.
Dormir bem: o sono é essencial para a produção de testosterona, que ocorre em grande parte durante a noite. Homens que dormem de sete a oito horas por noite geralmente têm níveis mais altos de testosterona do que aqueles que dormem menos.
Reduzir o estresse: o estresse crônico libera cortisol, um hormônio que pode reduzir a produção de testosterona. Técnicas como meditação, respiração profunda e exercícios de relaxamento podem ajudar a manter o cortisol sob controle.
Suplementação de vitaminas e minerais
Certas vitaminas e minerais desempenham papéis importantes na produção de testosterona, e a suplementação pode ser recomendada em alguns casos:
- Vitamina D: essencial para a produção de testosterona, a vitamina D pode ser obtida através da exposição ao sol e de alimentos fortificados. Em regiões com pouca luz solar ou em pessoas com deficiência, a suplementação pode ser recomendada.
- Zinco: o zinco é crucial para a síntese de testosterona. Alimentos como carne vermelha, frutos do mar, nozes e sementes são ricos em zinco, mas a suplementação também pode ser necessária em casos de deficiência.
- Magnésio: esse mineral ajuda a manter os níveis de testosterona, especialmente em homens fisicamente ativos. Ele pode ser encontrado em vegetais de folhas verdes, nozes e cereais integrais.
Essas vitaminas e minerais não elevam a testosterona de forma rápida, mas ajudam a manter níveis saudáveis quando combinados com um estilo de vida balanceado.
Evitar fatores que reduzem a testosterona
Certas práticas e hábitos podem contribuir para a baixa testosterona. Evitar ou reduzir esses fatores é importante para manter níveis hormonais equilibrados:
- Evitar o consumo excessivo de álcool: o álcool em excesso pode reduzir a testosterona ao interferir no funcionamento das glândulas endócrinas.
- Limitar o uso de medicações que afetam hormônios: certos medicamentos, como analgésicos opióides e corticosteroides, podem impactar os níveis de testosterona. É importante conversar com o médico sobre alternativas, se possível.
- Reduzir o sobrepeso: a obesidade está associada à redução da testosterona. A perda de peso saudável, combinada com exercícios físicos, é uma das formas mais eficazes de melhorar a produção natural do hormônio.
A obesidade é uma doença crônica. Quais são os seus graus?
O que derruba a testosterona do homem?
A testosterona pode ser afetada por uma série de fatores que variam de estilo de vida a questões médicas e ambientais. Quando esses fatores estão presentes, o corpo pode ter dificuldade em produzir níveis adequados do hormônio. Vamos entender melhor o que derruba a testosterona no homem:
Estresse crônico
O estresse crônico é um dos fatores mais comuns que afeta a testosterona. Quando estamos estressados, o corpo libera cortisol, o hormônio do estresse, que compete com a testosterona no organismo. O cortisol em níveis elevados reduz a produção de testosterona e afeta o equilíbrio hormonal. Além disso, o estresse leva ao aumento de comportamentos nocivos como o consumo excessivo de álcool e a falta de sono, agravando ainda mais o problema.
Como evitar: praticar técnicas de relaxamento, como meditação, exercícios de respiração e atividades físicas, pode ajudar a reduzir o estresse e, consequentemente, proteger os níveis de testosterona.
Má qualidade do sono
O sono é fundamental para a produção de testosterona, pois a maior parte do hormônio é produzida durante o sono profundo, especialmente nas primeiras horas da manhã. Homens que sofrem de insônia, apneia do sono ou têm uma rotina de sono irregular costumam apresentar níveis mais baixos de testosterona.
Como evitar: adotar uma rotina de sono regular, evitar o uso de eletrônicos antes de dormir e criar um ambiente propício ao descanso podem ajudar a melhorar a qualidade do sono e, com isso, manter a produção hormonal.
Alimentação desequilibrada
Dieta pobre em nutrientes essenciais, especialmente proteínas, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais, pode prejudicar a produção de testosterona. Alimentos ultraprocessados e ricos em açúcar, gorduras trans e sódio aumentam o risco de obesidade e outros problemas de saúde que também afetam o equilíbrio hormonal.
Como evitar: consumir uma dieta rica em alimentos integrais, com boas fontes de proteínas (como carne magra, ovos e peixes), gorduras saudáveis (como abacate, azeite de oliva e nozes) e carboidratos complexos (como grãos integrais e vegetais).
Excesso de álcool e tabagismo
O consumo excessivo de álcool e o hábito de fumar têm efeitos diretos sobre a saúde hormonal. O álcool, especialmente quando consumido em grandes quantidades, interfere no funcionamento das glândulas endócrinas, prejudicando a produção de testosterona. O tabagismo também contém substâncias químicas que afetam a produção de hormônios sexuais.
Como evitar: reduzir o consumo de álcool e evitar fumar são mudanças essenciais para a manutenção de bons níveis hormonais.
Sedentarismo e falta de exercício
O exercício físico, principalmente o treinamento de resistência (como musculação), é conhecido por estimular a produção de testosterona. Homens sedentários geralmente apresentam níveis mais baixos do hormônio, enquanto a prática regular de exercícios mantém o corpo ativo e ajuda a equilibrar a produção hormonal.
Como evitar: incorporar atividades físicas regularmente, com foco em exercícios de resistência e musculação, além de exercícios aeróbicos, contribui para manter a testosterona equilibrada.
Sobrepeso e obesidade
O excesso de gordura corporal, especialmente na região abdominal, está associado à diminuição dos níveis de testosterona. A gordura corporal em excesso pode converter a testosterona em estrogênio, hormônio feminino, levando a um desequilíbrio hormonal que reduz a testosterona disponível no corpo.
Como evitar: adotar uma dieta saudável e praticar exercícios regularmente para manter o peso ideal é fundamental para prevenir a queda da testosterona.
Deficiências de nutrientes
A falta de certos nutrientes, como vitamina D, zinco e magnésio, pode interferir na produção de testosterona. A vitamina D, por exemplo, é essencial para a produção desse hormônio, enquanto o zinco desempenha um papel importante na síntese de testosterona.
Como evitar: garantir a ingestão adequada de vitamina D, seja por meio da exposição solar ou de suplementos, e consumir alimentos ricos em zinco e magnésio, como nozes, carne vermelha, frutos do mar e vegetais folhosos.
Envelhecimento natural
A testosterona naturalmente diminui com a idade, e é comum que homens acima dos 40 anos comecem a sentir os efeitos da queda gradual desse hormônio. No entanto, enquanto o envelhecimento é um fator inevitável, manter hábitos saudáveis pode ajudar a minimizar essa perda.
Como compensar: terapias de reposição de testosterona (TRT) podem ser uma opção para homens que experimentam sintomas graves, sempre sob supervisão médica para avaliar riscos e benefícios.
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Exposição a substâncias tóxicas
Certos produtos químicos presentes em plásticos, pesticidas, produtos de higiene e até alimentos processados contêm substâncias que podem interferir na produção hormonal, como o BPA (bisfenol A), ftalatos e outros desreguladores endócrinos. Esses compostos podem imitar o estrogênio no organismo, prejudicando a testosterona.
Como evitar: reduzir o uso de plásticos, optar por alimentos orgânicos sempre que possível e evitar produtos de higiene e limpeza com substâncias tóxicas pode ajudar a manter níveis hormonais saudáveis.
Uso de medicamentos que afetam a testosterona
Alguns medicamentos, como, por exemplo, corticosteroides, opioides, antidepressivos e tratamentos para o câncer de próstata, podem reduzir a produção de testosterona como efeito colateral.
Como evitar ou manejar: conversar com o médico sobre alternativas que não afetam a testosterona ou ajustes na dosagem pode ajudar a minimizar o impacto desses medicamentos na produção hormonal.
Quando ejaculamos diminui a testosterona?
A relação entre ejaculação e testosterona é um tópico de interesse e pesquisa, e a ciência por trás desse tema envolve uma análise de como a atividade sexual e o orgasmo afetam o equilíbrio hormonal masculino.
Ao contrário do que se poderia imaginar, a ejaculação em si não provoca uma queda significativa nos níveis de testosterona. A ideia de que ejacular pode reduzir a testosterona é um mito comum, mas a ciência sugere uma resposta mais complexa.
Alguns estudos indicam que a atividade sexual, incluindo a ejaculação, pode até levar a um leve aumento dos níveis de testosterona em certas circunstâncias. No entanto, essa elevação tende a ser temporária, e a testosterona geralmente retorna aos níveis normais pouco depois.
Entendendo o impacto da ejaculação na testosterona
Diversos fatores influenciam a testosterona, incluindo o estado geral de saúde, o estilo de vida, os níveis de estresse e a frequência de atividade sexual. Embora a ejaculação ocasional não reduza significativamente a testosterona, períodos prolongados de abstinência sexual podem levar a um ligeiro aumento temporário nos níveis de testosterona.
Por outro lado, homens que mantêm uma vida sexual saudável e equilibrada tendem a ter níveis estáveis de testosterona. A prática de atividades físicas regulares e a manutenção de uma rotina de sono saudável são fatores com maior impacto positivo na produção de testosterona do que a frequência de ejaculação.
Estudos sobre abstinência e testosterona
Alguns estudos analisaram os efeitos da abstinência sexual na testosterona. Um exemplo é um estudo de pequena escala que encontrou um pico nos níveis de testosterona após sete dias de abstinência. Entretanto, esses níveis se estabilizaram e retornaram ao normal posteriormente, sugerindo que a abstinência pode causar uma resposta hormonal temporária, mas não necessariamente benéfica para a saúde a longo prazo.
Portanto, não há evidências concretas de que evitar a ejaculação por longos períodos leve a um aumento sustentado da testosterona. Na verdade, o equilíbrio entre vida sexual saudável e o gerenciamento de outros fatores, como estresse e hábitos alimentares, tende a ser mais benéfico para a saúde hormonal masculina.
Atividade sexual e bem-estar masculino
A vida sexual saudável, que inclui a ejaculação regular, tem outros benefícios que, indiretamente, podem ajudar a manter os níveis hormonais equilibrados. Estudos mostram que a atividade sexual regular pode melhorar o humor, reduzir o estresse e até melhorar a qualidade do sono – fatores que impactam positivamente os níveis de testosterona. Além disso, o orgasmo libera endorfinas, dopamina e oxitocina, hormônios que promovem sensação de bem-estar e relaxamento.
Quem faz uso de testosterona ejacula menos?
O uso de testosterona em tratamentos hormonais pode afetar a função sexual de diferentes maneiras. No entanto, a relação entre o uso de testosterona e a frequência ou qualidade da ejaculação depende de vários fatores, incluindo a dose de testosterona, o método de administração e a resposta individual de cada paciente.
Aumento da libido e frequência de ejaculação
A terapia com testosterona é geralmente utilizada para tratar a deficiência desse hormônio, especialmente em homens com baixos níveis que experimentam sintomas como baixa libido, fadiga e diminuição da função sexual. Estudos mostram que a reposição de testosterona pode melhorar a libido e aumentar o desejo sexual, o que pode resultar em uma frequência maior de relações sexuais e, consequentemente, de ejaculações.
Um artigo de Snyder et al., publicado na JAMA em 2000, observou que alguns homens em terapia com testosterona relataram uma leve diminuição no volume de ejaculação, especialmente em tratamentos de doses mais altas.
Volume de ejaculação e testosterona
Embora a reposição de testosterona possa melhorar aspectos como o desejo sexual, alguns homens relatam alterações no volume de ejaculação. Isso ocorre porque a produção do fluido seminal, que compõe a maior parte do volume da ejaculação, depende não apenas da testosterona, mas também de outros fatores hormonais e glandulares, especialmente relacionados à próstata e vesículas seminais. Em alguns casos, o uso de testosterona pode levar a uma ligeira diminuição no volume de ejaculação, mas isso não significa necessariamente que os homens “ejaculam menos” em termos de frequência.
Impacto na fertilidade e produção de esperma
Outro fator importante a considerar é que o uso de testosterona exógena (isto é, introduzida no organismo por meio de medicamentos) pode reduzir a produção de esperma. Quando os níveis de testosterona aumentam por suplementação, o organismo pode “interpretar” esse aumento como um sinal de que já possui testosterona suficiente, resultando em uma redução na produção natural desse hormônio nos testículos. Essa queda pode levar a uma diminuição na contagem de esperma e, em alguns casos, impactar a fertilidade. Apesar disso, isso não necessariamente interfere na frequência de ejaculação, mas pode influenciar a qualidade do fluido ejaculado.
Um estudo conduzido por Coviello et al., publicado na New England Journal of Medicine em 2007, demonstrou que a testosterona exógena pode inibir o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, reduzindo a produção natural de testosterona nos testículos e, consequentemente, a produção de espermatozoides. O estudo destaca que, embora a produção de esperma seja normalmente reversível após a interrupção da testosterona, o tempo para recuperação pode variar entre os pacientes.
Terapias alternativas para preservar a fertilidade
Para homens que desejam manter a fertilidade durante a reposição de testosterona, alternativas como a administração de gonadotrofina coriônica humana (hCG) são recomendadas em conjunto. A hCG estimula a produção de testosterona diretamente nos testículos, evitando a redução de esperma que ocorre com o uso isolado da testosterona. Um estudo de Ramasamy et al. (2014), publicado na Fertility and Sterility, mostrou que a combinação de testosterona com hCG pode ajudar a preservar a fertilidade ao mesmo tempo que trata os sintomas de baixa testosterona.
Conclusão: o uso de testosterona afeta a ejaculação?
Em resumo, a reposição de testosterona pode melhorar a libido e a qualidade de vida sexual, mas não necessariamente altera a frequência de ejaculação. O volume de ejaculação pode ser ligeiramente afetado, especialmente com doses mais elevadas, e a fertilidade pode ser comprometida temporariamente. Qualquer homem considerando ou já fazendo reposição de testosterona deve conversar com seu médico para entender o impacto desse tratamento no longo prazo e ajustar a terapia conforme necessário para evitar efeitos indesejados.
Revisões clínicas sobre efeitos colaterais da testosterona exógena
Uma revisão na Mayo Clinic Proceedings (Corona et al., 2016) destacou diversos efeitos colaterais da terapia com testosterona, incluindo potenciais impactos na produção de esperma, mudanças no volume de ejaculação e outros fatores de saúde. A revisão enfatiza a importância de acompanhamento médico frequente para ajustar o tratamento conforme necessário, minimizando os riscos e otimizando os resultados para cada paciente.
Considerações finais
Por fim, a baixa testosterona em homens pode afetar significativamente a qualidade de vida, mas, felizmente, existem diversas maneiras de identificar, prevenir e tratar essa condição. É essencial que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos por um profissional especializado para garantir a segurança e a eficácia das abordagens. Se você está enfrentando sintomas como cansaço extremo, perda de libido ou alterações de humor, procure orientação médica para uma avaliação completa. Caso necessite, agende sua consulta clicando abaixo.
Dra. Deborah Beranger
Endocrinologista – Atendimento especializado – Endocrinologista Barra da Tijuca, RJ
Referências:
- Jiang, M., & Wang, Z. (2003). Effect of Sexual Abstinence on Serum Testosterone Levels. Journal of Zhejiang University.
- Fox, C. A., Ismail, A. A. A., Love, D. N., & Kirkham, K. E. (1972). Testosterone and Ejaculatory Response in Man. Journal of Endocrinology.
- Impact of Sexual Activity on Hormonal and Psychological Well-being. Archives of Sexual Behavior.
- Bhasin, S., et al. (2003). “Testosterone Therapy in Men with Androgen Deficiency Syndromes: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline.” Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.
- Snyder, P. J., et al. (2000). “Effects of Testosterone Treatment on Sexual Function and Quality of Life in Men Over 65 Years of Age.” JAMA.
- Coviello, A. D., et al. (2007). “Low-Dose Human Chorionic Gonadotropin Maintains Intratesticular Testosterone in Normal Men With Testosterone-Induced Gonadotropin Suppression.” New England Journal of Medicine.
- Ramasamy, R., et al. (2014). “Low-dose human chorionic gonadotropin maintains intratesticular testosterone in men undergoing testosterone replacement therapy.” Fertility and Sterility.
- Corona, G., et al. (2016). “Efficacy and Safety of Testosterone Treatment in Men: An Update of Published Meta-analyses.” Mayo Clinic Proceedings.