Dra. Deborah Beranger

Deborah Beranger

Como saber se tenho diabetes?

Como saber se tenho diabetes?

Você já se perguntou como saber se tem diabetes? Essa condição metabólica pode afetar qualquer pessoa, e é essencial estar ciente dos sinais e sintomas precoces para um diagnóstico e tratamento adequados. Vale destacar também que a doença pode não apresentar quaisquer sinais. Continue lendo este artigo e saiba tudo sobre o tema.

Quais os tipos de diabetes?

Existem quatro principais tipos de diabetes: pré-diabetes, diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 e diabetes gestacional. Vamos aos detalhes de cada um deles:

  • pré-diabetes: os níveis de açúcar no sangue aumentam, mas não o suficiente para o diagnóstico de diabetes. Pessoas com obesidade e hipertensão arterial precisam ficar atentas a essa condição. É um sinal de alerta do corpo.

  • diabetes tipo 1: esse tipo representa entre 5% e 10% do total de pessoas com diabetes, portanto é o menos comum. É considerado autoimune – o organismo ataca as células do pâncreas responsáveis por produzir a insulina, fazendo com que a glicose não seja transportada para as células, acumulando-se no sangue – e pode ter seu diagnóstico no nascimento.

  • diabetes tipo 2: representa 90% do total de pessoas que têm diabetes – normalmente a partir dos 40 anos. Surge ao longo da vida proveniente, normalmente, de maus hábitos alimentares, sedentarismo e excesso de peso. O organismo acaba criando uma resistência à insulina e isso faz com que a glicose se acumule no corpo.

  • diabetes gestacional: é o tipo que acontece somente no período de gestação da mulher e está relacionado com a produção de outros hormônios pela placenta, o que faz com que a ação da insulina seja bloqueada. 

Como saber se tenho diabetes: sintomas comuns

Identificar os sintomas precoces da diabetes é crucial para um diagnóstico precoce e tratamento eficaz.

  • aumento da sede e vontade de urinar várias vezes ao dia: um dos primeiros sintomas é o aumento da sede, acompanhado por uma necessidade frequente de urinar. Isso ocorre devido ao excesso de glicose no sangue, resultando em um aumento da produção de urina.

  • Perda de peso sem motivo e fome frequente: pessoas com diabetes podem sentir uma fome intensa e frequente, mesmo após se alimentar. Ao mesmo tempo, podem ter perda inexplicada de peso. Esses são sinais de que as células não estão recebendo a quantidade necessária de energia.

  • Fadiga e mudança de humor: a doença pode ocasionar fadiga constante, assim como a mudança de humor, causada pela instabilidade nos níveis de glicose.

  • Problemas na pele: infecções frequentes ou cicatrização lenta podem ser sinais de que o corpo não está processando a glicose da forma correta.

A doença ainda pode causar náuseas e vômitos, fraqueza, formigamento nos pés e nas mãos, visão embaçada e infecções na bexiga e rins. 

Como saber se tenho diabetes: quais os testes para detectar a doença?

Testes específicos são essenciais para a confirmação da diabetes, dentre eles o teste de glicose em jejum, para medir a glicose no sangue com o paciente em jejum por pelo menos oito horas antes do exame; teste de hemoglobina A1c, que fornece uma visão dos níveis médios de glicose nos últimos dois a três meses; e o teste oral de tolerância à glicose (TOTG), que envolve o consumo de uma bebida açucarada após um jejum noturno, seguido pela medição dos níveis de glicose em intervalos específicos – é particularmente útil para diagnosticar diabetes gestacional.

Como saber se tenho diabetes: como prevenir?

Além de compreender como identificar a diabetes, é essencial adotar medidas preventivas. Mantenha uma alimentação balanceada dando preferência para alimentos ricos em fibras, vegetais e grãos e limite alimentos com excesso de açúcar e processados. 

Também pratique atividades físicas para controlar o peso e melhorar a sensibilidade à insulina. Evite o excesso de bebidas alcoólicas, assim como o tabagismo. 

Fatores de risco

Vários fatores de risco podem contribuir para o surgimento da diabetes, dentre eles: histórico familiar – risco maior para quem tem parentes de primeiro grau com a doença; idade – pessoas com mais de 45 anos têm maior propensão; obesidade – a condição está diretamente ligada à condição de diabetes tipo 2; sedentarismo – a ausência de exercícios físicos pode aumentar as chances de diabetes; etnias – como afrodescendentes, hispânicos, nativos americanos e asiáticos-americanos, têm um risco aumentado; histórico de doenças cardiovasculares; pressão arterial elevada; e Síndrome do Ovário Policístico (SOP).

É importante destacar que a presença de um ou mais desses fatores de risco não garante o desenvolvimento da diabetes, e muitas pessoas com diabetes não têm nenhum desses fatores de risco. 

A diabetes pode levar a complicações graves que afetam diversos órgãos e sistemas do corpo, como por exemplo:

  • Infecções nos pés: a má circulação sanguínea e a neuropatia diabética – condição que pode levar à insuficiência renal progressiva – podem aumentar o risco de infecções nos pés. Em casos graves, isso pode levar a úlceras e, em última instância, à amputação de membros inferiores.

  • Problemas dentários: gengivite e periodontite podem ser ocasionados por conta da diabetes.

  • Neuropatia diabética: danos aos nervos devido à diabetes podem resultar em neuropatia diabética. Isso pode causar dor, formigamento, perda de sensibilidade e, em casos extremos, levar à amputação de membros devido a infecções não detectadas.

  • Retinopatia diabética: a diabetes pode causar danos aos vasos sanguíneos da retina, levando à retinopatia diabética. Isso pode resultar em problemas de visão e, em casos avançados e não tratados, pode levar à cegueira.

  • Doença cardiovascular: pessoas com diabetes têm um risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares, como doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral (AVC).

O papel do endocrinologista

O endocrinologista desempenha um papel crucial na prevenção, diagnóstico e tratamento da diabetes. O profissional faz avaliação do risco individual do paciente – como, por exemplo, histórico familiar, idade, peso, estilo de vida – para identificar pessoas com maior probabilidade de desenvolver diabetes.

Além disso, o especialista pode auxiliar no aconselhamento sobre o estilo de vida de cada indivíduo, no monitoramento e testes regulares – níveis de glicose no sangue e outros indicadores relacionados -, na prescrição de medicamentos preventivos – como a metformina – para ajudar a reduzir o risco, na gestão de condições relacionadas – como hipertensão arterial -, para ajudar no tratamento e controle dessas condições, contribuindo indiretamente para a prevenção da diabetes.

Em conclusão, entender “como saber se tenho diabetes?” é o primeiro passo para uma vida saudável. Reconhecer os sintomas, realizar testes regulares, bem como buscar orientação médica são a chave para um diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Por fim, caso necessite, agende uma consulta clicando no botão abaixo.