A obesidade é uma doença crônica. Quais são os seus graus?
A obesidade é uma condição de saúde que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracteriza-se pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, podendo ocasionar diversas outras doenças – como cardíacas, diabetes e câncer.
Trata-se de uma condição multifatorial, que é quando outras doenças podem estar associadas. Vamos entender neste artigo quais são os graus da obesidade, que de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma doença crônica, progressiva, recidivante e uma epidemia global.
Compreendendo a obesidade como uma doença crônica
A obesidade não é simplesmente uma questão estética, é uma condição médica complexa que envolve uma interação multifatorial entre genética, estilo de vida e ambiente. Portanto, fatores genéticos, psicológicos, psiquiátricos, comportamentais, nutricionais, fisiológicos e ambientais podem estar relacionados à obesidade.
Exemplo de uma condição genética: quando o indivíduo não tem pais obesos, a sua chance de ser obeso é de 9%, contra 50% daqueles que contam com pai ou mãe com a condição. O número sobe para 80% quando ambos são obesos.
Em 2022, dados inéditos do Ministério da Saúde divulgados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) apontaram que 6,7 milhões de pessoas são obesas no Brasil.
Graus da obesidade
A classificação dos graus de obesidade baseia-se no Índice de Massa Corporal (IMC), uma medida que relaciona peso e altura. Existem diferentes categorias, cada uma indicando níveis variados de risco para a saúde.
Pessoas consideradas obesas têm IMC superior a 30, enquanto que as definidas com sobrepeso têm IMC entre 25 e 29,9. A condição é dividida em grau I, II e III.
- Grau 1 – obesidade leve (IMC 30-34,9): nessa fase, o acúmulo de gordura já é considerável, mas as complicações associadas podem ser menos evidentes. No entanto, mesmo nesse estágio, existem riscos potenciais para a saúde, como resistência à insulina e aumento da pressão arterial.
- Grau 2 – obesidade moderada (IMC 35-39,9): nessa fase, o risco de complicações relacionadas à saúde aumenta significativamente. Problemas como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e distúrbios respiratórios podem tornar-se mais proeminentes. É crucial que os indivíduos neste estágio busquem intervenções para redução de peso e mudanças no estilo de vida.
- Grau 3 – obesidade grave ou mórbida (IMC ≥ 40): as complicações para a saúde são extremamente sérias e podem incluir apneia do sono, problemas articulares, infertilidade e um aumento acentuado no risco de doenças crônicas como câncer.
No levantamento feito pelo Ministério da Saúde, 863.086 pessoas têm obesidade mórbida no país – 4,07% da população.
Obesidade entre jovens cresce no Brasil
A obesidade entre jovens de 18 a 24 anos teve aumento no Brasil, de acordo com Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia). A condição está associada à dieta inadequada e prática insuficiente de atividade física.
Na faixa etária mencionada, a porcentagem de obesos foi de 17,1% – a mesma pesquisa em 2022 havia constatado 9% de obesos entre essa população.
Números em 2035
De acordo com o Atlas da Obesidade, 2 a cada 5 brasileiros vão conviver com a obesidade em 2035. Em números: o Brasil terá 41% da população adulta com essa condição daqui a 11 anos. A média mundial no mesmo ano será de 24%. Ou seja, o número estimado para o Brasil é bem maior.
Para os adultos brasileiros o crescimento será de 2,8% por ano, enquanto que entre as crianças o aumento anual será de 4,4%.
A importância do endocrinologista para indivíduos com obesidade
O endocrinologista é fundamental para realizar uma avaliação do paciente com obesidade. Esse profissional é capaz de identificar distúrbios hormonais que podem contribuir para o ganho de peso, diferenciando a abordagem do tratamento de acordo com as necessidades específicas de cada paciente.
O endocrinologista desenha um plano de tratamento personalizado, considerando fatores como composição corporal, metabolismo basal, perfil hormonal e condições médicas pré-existentes.
Em conclusão, a obesidade é uma doença crônica que abrange uma gama de graus, cada um com implicações distintas para a saúde. A conscientização sobre a gravidade dessa condição é crucial, e a ação precoce pode fazer toda a diferença na prevenção de complicações a longo prazo.
Seja qual for o grau de obesidade, é imperativo que os indivíduos busquem apoio médico e adotem uma abordagem abrangente para o gerenciamento de peso, incorporando mudanças sustentáveis no estilo de vida. A jornada para combater a obesidade é única para cada pessoa, mas a busca por um estilo de vida mais saudável é um objetivo comum que todos podem perseguir. Caso tenha necessidade, agende uma consulta clicando no botão abaixo.