Dra. Deborah Beranger

O que é síndrome metabólica e como prevenir?

O que é síndrome metabólica?

A síndrome metabólica é um conjunto de condições que, quando ocorrem juntas, aumentam o risco de doenças cardíacas, AVC, bem como diabetes tipo 2. Essas condições incluem pressão alta, níveis elevados de açúcar no sangue, excesso de gordura abdominal e níveis anormais de colesterol ou triglicérides. Entender o que é síndrome metabólica e como preveni-la pode ser fundamental para melhorar a qualidade de vida, assim como reduzir os riscos associados a essas doenças.

O que é síndrome metabólica?

A síndrome metabólica é uma condição de saúde que reúne um grupo de fatores de risco inter-relacionados, os quais aumentam significativamente as chances de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, derrames, bem como diabetes tipo 2. Esses fatores de risco incluem hipertensão, aumento da glicose no sangue, excesso de gordura abdominal, níveis elevados de triglicerídeos e baixos níveis de HDL (o “colesterol bom”). Quando três ou mais desses fatores estão presentes, o diagnóstico de síndrome metabólica pode ser considerado.

Principais componentes da síndrome metabólica

Obesidade abdominal

O acúmulo de gordura visceral — gordura ao redor da cintura — é o principal indicativo de risco. É medido pela circunferência abdominal, e um tamanho excessivo é frequentemente associado a maior resistência à insulina e risco cardiovascular.

Resistência à insulina

A resistência à insulina é uma condição em que as células do corpo não respondem adequadamente ao hormônio insulina, que regula o nível de glicose no sangue. Como resultado, o corpo tenta compensar produzindo mais insulina, mas o nível elevado de açúcar no sangue persiste, contribuindo para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.

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Pressão arterial elevada (hipertensão)

A hipertensão é um dos principais fatores de risco para doenças cardíacas e AVC, e sua presença constante na síndrome metabólica aumenta o risco de problemas cardiovasculares.

Dislipidemia

Essa condição envolve níveis anormais de lipídios no sangue, como triglicerídeos altos e colesterol HDL baixo (o “bom” colesterol). Esse desequilíbrio aumenta a chance de desenvolvimento de placas nas artérias, elevando o risco de aterosclerose, bem como doenças cardíacas.

Glicemia de jejum alterada

Níveis elevados de glicose no sangue, mesmo em jejum, indicam que o corpo está enfrentando dificuldades para processar adequadamente o açúcar. Isso é um sinal precoce de diabetes tipo 2, componente importante da síndrome metabólica.

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Como a síndrome metabólica afeta o corpo?

A síndrome metabólica é uma condição silenciosa, já que seus sintomas nem sempre são óbvios de imediato. O impacto dessa síndrome no corpo é progressivo, mas seus efeitos são graves. As alterações metabólicas podem afetar vários sistemas:

  • Sistema cardiovascular: a hipertensão e os níveis anormais de lipídios aumentam o risco de aterosclerose, que pode levar a ataques cardíacos, insuficiência cardíaca e derrames, por exemplo.

  • Sistema endócrino: a resistência à insulina e a glicemia alterada indicam um risco elevado de diabetes tipo 2, que pode resultar em complicações graves como, por exemplo, neuropatia, problemas renais e até cegueira.

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  • Inflamação crônica: a obesidade visceral também pode desencadear inflamação crônica, afetando negativamente os órgãos e tecidos ao longo do tempo, agravando ainda mais o risco de doenças crônicas.

Quem está em risco?

Alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolver a síndrome metabólica, por exemplo:

  • Idade: o risco de desenvolver síndrome metabólica aumenta com o envelhecimento.

  • Histórico familiar: se houver um histórico de diabetes tipo 2, hipertensão ou doenças cardíacas na família, as chances de desenvolver a síndrome são maiores.

  • Estilo de vida: dieta desequilibrada, sedentarismo, bem como excesso de peso são os principais fatores modificáveis que contribuem para o aparecimento da síndrome.

  • Doenças pré-existentes: condições como, por exemplo, resistência à insulina, apneia do sono e síndrome do ovário policístico também aumentam o risco de desenvolver a síndrome metabólica.

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Diagnóstico da síndrome metabólica

O diagnóstico da síndrome metabólica é feito com base em uma avaliação clínica que identifica a presença de pelo menos três dos cinco fatores de risco associados à condição. Esses fatores são reconhecidos por meio de exames laboratoriais, assim como medidas físicas, que fornecem uma visão clara sobre a saúde metabólica do paciente.

Critérios

O primeiro critério é a obesidade abdominal, medida pela circunferência da cintura. Para homens, uma circunferência abdominal superior a 102 cm, e para mulheres, acima de 88cm, é considerado um dos principais marcadores da síndrome. 

O segundo fator é a glicemia de jejum elevada, que indica como o corpo está processando a glicose. Quando o nível de açúcar no sangue em jejum é igual ou superior a 100 mg/dL, isso sugere resistência à insulina, uma condição que precede o desenvolvimento do diabetes tipo 2. Este é um sinal de que o corpo não está conseguindo utilizar eficientemente a insulina, o que leva a um acúmulo de glicose no sangue.

Outro fator importante é a hipertensão arterial. Pressões sanguíneas iguais ou superiores a 130/85 mmHg são um indicativo de que o sistema cardiovascular está sob estresse constante, o que pode levar a sérios problemas de saúde a longo prazo, como, por exemplo, doenças cardíacas e acidente vascular cerebral. 

Além disso, o diagnóstico considera os níveis elevados de triglicerídeos no sangue. Quando os níveis de triglicerídeos estão acima de 150 mg/dL, isso indica um excesso de gordura circulando no sangue, o que pode levar ao acúmulo de placas nas artérias (aterosclerose) e aumentar o risco de eventos cardiovasculares.

Por fim, o quinto critério é a redução nos níveis de colesterol HDL, o chamado “bom colesterol”. Níveis abaixo de 40 mg/dL em homens e 50 mg/dL em mulheres são preocupantes, pois o HDL tem a função de remover o excesso de colesterol das artérias e transportá-lo de volta para o fígado. Quando os níveis estão baixos, o risco de aterosclerose aumenta significativamente.

Confirmação

Se uma pessoa apresentar pelo menos três desses cinco fatores de risco, o diagnóstico de síndrome metabólica pode ser confirmado. Essa avaliação é crucial porque, embora a síndrome metabólica não apresente sintomas claros no início, seus efeitos a longo prazo são graves, podendo levar a complicações como diabetes tipo 2, doenças cardíacas, insuficiência renal e AVC.

Após o diagnóstico, é importante que o paciente inicie um plano de manejo que envolva mudanças no estilo de vida, com foco na perda de peso, prática regular de exercícios físicos e controle dos níveis de colesterol e glicemia. Em alguns casos, medicamentos podem ser indicados para ajudar a controlar a pressão arterial, glicose no sangue e os níveis de lipídios, dependendo da gravidade dos fatores de risco apresentados. O acompanhamento regular com um profissional de saúde é essencial para prevenir o agravamento da condição e promover a saúde a longo prazo.

Os cinco fatores de risco associados à síndrome metabólica, portanto:

Obesidade abdominal (circunferência da cintura aumentada)

  • Homens: circunferência da cintura superior a 102 cm
  • Mulheres: circunferência da cintura superior a 88 cm

Glicemia de jejum elevada

  • Nível de glicose no sangue em jejum igual ou superior a 100 mg/dL.

Hipertensão arterial (pressão alta)

  • Pressão arterial igual ou superior a 130/85 mmHg.

Níveis elevados de triglicerídeos no sangue

  • Nível de triglicerídeos igual ou superior a 150 mg/dL.

Níveis baixos de colesterol HDL (o “bom” colesterol)

  • Homens: HDL inferior a 40 mg/dL
  • Mulheres: HDL inferior a 50 mg/dL.

Como prevenir a síndrome metabólica?

A boa notícia é que a síndrome metabólica pode ser prevenida — e até revertida — com ajustes no estilo de vida. Veja como:

1. Alimentação balanceada

Uma dieta saudável é fundamental para a prevenção da síndrome metabólica. Invista em alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosas. Evite o consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras trans, açúcares e sódio.

  • Dica prática: opte por alimentos integrais em vez de refinados e inclua proteínas magras, como peixes e carnes brancas, em suas refeições.

2. Prática regular de atividades físicas

O exercício regular ajuda a manter o peso saudável, melhora a sensibilidade à insulina e reduz os níveis de colesterol ruim e pressão arterial. Atividades como caminhadas, corridas, natação e ciclismo são excelentes opções.

  • Dica prática: tente fazer pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, o equivalente a 30 minutos diários, cinco vezes por semana.

3. Controle do peso corporal

O excesso de peso, especialmente a gordura abdominal, é um dos principais fatores de risco para a síndrome metabólica. Reduzir até 5% do peso corporal pode fazer uma grande diferença na saúde.

4. Redução do estresse

O estresse crônico pode levar ao aumento da pressão arterial e piora da resistência à insulina. Práticas como meditação, yoga e hobbies relaxantes podem ser essenciais para a saúde mental e física.

5. Sono adequado

Dormir bem é essencial para o controle hormonal e metabólico. A falta de sono pode aumentar a resistência à insulina e dificultar a perda de peso.

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6. Monitoramento regular da saúde

Exames periódicos de glicemia, colesterol, triglicérides e pressão arterial são importantes para detectar precocemente qualquer alteração e agir de forma preventiva.

Conclusão

A síndrome metabólica é uma condição séria que pode passar despercebida, mas seus efeitos são altamente prejudiciais à saúde a longo prazo. Identificar os sinais de alerta e adotar medidas preventivas, como ajustes no estilo de vida, são fundamentais para evitar complicações graves, como doenças cardíacas e diabetes tipo 2. Por fim, se você acredita que pode estar em risco ou deseja fazer uma avaliação completa para garantir seu bem-estar, é essencial buscar orientação médica o quanto antes.

Agende uma consulta com um especialista e receba o acompanhamento necessário para proteger sua saúde e prevenir a síndrome metabólica. Não espere que os sintomas se agravem – comece a cuidar de você agora! É do Rio de Janeiro e precisa de uma consulta com uma endócrino na Barra da Tijuca? Faça o agendamento pelo meu site clicando abaixo.