Dra. Deborah Beranger

Resistência à insulina: causas, sintomas e como prevenir

Resistência à insulina: causas, sintomas e como prevenir

A resistência à insulina é uma condição metabólica que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo e está diretamente ligada ao aumento dos casos de obesidade e diabetes tipo 2. Entender as causas, os sintomas, bem como as formas de prevenção é essencial para manter uma boa saúde e evitar complicações mais graves. 

O que é resistência à insulina?

A resistência à insulina ocorre quando as células do corpo perdem a capacidade de responder adequadamente ao hormônio insulina, que é produzido pelo pâncreas. A insulina tem como principal função permitir que a glicose, o açúcar presente no sangue, entre nas células para ser usada como fonte de energia. Quando o corpo se torna resistente à insulina, a glicose não é devidamente absorvida pelas células, o que leva ao acúmulo de açúcar no sangue.

Inicialmente, o pâncreas tenta compensar essa resistência produzindo mais insulina. No entanto, com o tempo, essa sobrecarga pode levar ao esgotamento das células beta pancreáticas, o que resulta em níveis altos de glicose no sangue e, eventualmente, no desenvolvimento do diabetes tipo 2.

Causas da resistência à insulina

A resistência à insulina é uma condição complexa, influenciada por diversos fatores, que podem ser genéticos, ambientais, assim como comportamentais. Aqui estão as principais causas:

Obesidade

O excesso de peso, especialmente a gordura abdominal, é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento da resistência à insulina. O tecido adiposo em excesso provoca a inflamação crônica de baixo grau, que interfere na ação da insulina.

Sedentarismo

A falta de atividade física reduz a capacidade das células musculares de utilizar a glicose como energia, o que aumenta os níveis de açúcar no sangue e reduz a sensibilidade à insulina.

Dieta pobre em nutrientes

Dietas ricas em carboidratos refinados, açúcares, bem como gorduras saturadas estão diretamente relacionadas ao aumento da resistência à insulina. Esses alimentos aumentam os níveis de glicose e insulina no sangue, sobrecarregando o pâncreas.

Genética

Pessoas com histórico familiar de diabetes tipo 2 têm maior predisposição genética para desenvolver resistência à insulina. Certos genes podem influenciar a forma como o corpo metaboliza a glicose e responde à insulina.

Idade

Com o envelhecimento, o corpo tende a perder sua capacidade de processar a glicose de maneira eficiente. Isso aumenta a probabilidade de desenvolver resistência à insulina, principalmente após os 45 anos.

Estresse crônico

O estresse prolongado eleva os níveis de cortisol, o que pode aumentar a resistência à insulina. Além disso, pessoas que vivem sob estresse tendem a adotar hábitos alimentares não saudáveis e a se exercitar menos, agravando a situação.

Sintomas da resistência à insulina

Muitas pessoas podem ter resistência à insulina por anos sem apresentar sintomas claros. No entanto, alguns sinais podem ser indicativos de que algo não está funcionando bem no metabolismo do corpo:

Fadiga constante

Pessoas com resistência à insulina frequentemente se sentem cansadas, mesmo após uma boa noite de sono. Isso acontece porque o corpo não está conseguindo utilizar a glicose de maneira eficiente.

Aumento de peso, especialmente na região abdominal

A condição pode facilitar o ganho de peso, principalmente na área do abdômen, onde a gordura visceral se acumula, agravando ainda mais a condição.

Dificuldade em perder peso

Mesmo com mudanças na alimentação e aumento da atividade física, quem tem resistência à insulina pode encontrar dificuldades para perder peso.

Aumento da fome e dos desejos por açúcar

Como a glicose não está sendo adequadamente utilizada pelas células, o corpo pode enviar sinais de fome constantemente, principalmente por alimentos ricos em carboidratos e açúcares.

Escurecimento da pele

Uma condição conhecida como acantose nigricans, caracterizada por áreas escuras e espessas na pele, especialmente em regiões como axilas, pescoço e dobras cutâneas, por exemplo, pode ser um indicativo de resistência à insulina.

Alterações hormonais

Mulheres com resistência à insulina podem apresentar sintomas de síndrome dos ovários policísticos (SOP), que inclui ciclos menstruais irregulares, aumento de pelos corporais, bem como dificuldade para engravidar.

Diagnóstico

O diagnóstico da resistência à insulina pode ser feito através de exames laboratoriais que avaliam os níveis de glicose e insulina no sangue. Os mais comuns são:

  • Teste de glicemia de jejum: mede a quantidade de glicose no sangue após um período de jejum.

  • Hemoglobina glicada (A1C): avalia a média dos níveis de glicose nos últimos 2 a 3 meses.

  • Teste de tolerância à glicose oral: mede como o corpo processa a glicose após a ingestão de uma solução açucarada.

Um médico também pode solicitar um índice HOMA-IR, que calcula a resistência à insulina com base nos níveis de insulina e glicose em jejum.

Como prevenir

Felizmente, a condição pode ser prevenida com mudanças no estilo de vida. A adoção de hábitos saudáveis não só melhora a sensibilidade à insulina, como também previne o desenvolvimento de doenças associadas, como o diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.

Mantenha uma alimentação balanceada

Uma dieta rica em fibras, vegetais, proteínas magras e gorduras saudáveis, por exemplo, é fundamental para melhorar a sensibilidade à insulina. Diminua o consumo de carboidratos refinados, açúcares e alimentos ultraprocessados. Por fim, opte por alimentos integrais, como aveia, quinoa, leguminosas e vegetais de baixo índice glicêmico.

Pratique exercícios físicos regularmente

A atividade física é uma das melhores formas de aumentar a sensibilidade das células à insulina. Tanto exercícios aeróbicos, como caminhada e corrida, quanto exercícios de resistência, como musculação, são benéficos. Tente incluir pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana.

Controle o peso corporal

Manter um peso saudável é crucial para prevenir a resistência à insulina. Se você está com excesso de peso, perder entre 5% a 10% do peso corporal já pode trazer grandes melhorias na sensibilidade à insulina.

Durma bem

O sono de qualidade é essencial para a regulação hormonal e o controle da glicose no sangue. Privação de sono ou má qualidade do sono pode aumentar o risco de resistência à insulina.

Gerencie o estresse

O estresse crônico aumenta os níveis de cortisol, o que pode contribuir para a condição. Práticas como meditação, ioga, respiração profunda e hobbies relaxantes podem ajudar a controlar o estresse.

Tratamentos

Se você já foi diagnosticado com a condição, as mudanças no estilo de vida são essenciais, mas em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos como a metformina, que ajuda a melhorar a sensibilidade das células à insulina e a controlar os níveis de glicose no sangue.

Em casos mais avançados, o tratamento pode incluir o uso de insulina, especialmente se a resistência progredir para o diabetes tipo 2.

Conclusão

A resistência à insulina é um problema crescente, mas com as mudanças adequadas no estilo de vida, como alimentação saudável, prática de exercícios, controle de peso e manejo do estresse, é possível prevenir ou até mesmo reverter essa condição. Se você suspeita que pode estar sofrendo dessa condição, consulte um médico para realizar os exames necessários e iniciar o tratamento o quanto antes.

Manter hábitos saudáveis é o caminho para uma vida longe do diabetes e de outras complicações associadas à resistência à insulina. Você que é do Rio de Janeiro e quer agendar uma consulta com uma endocrinologista na Barra da Tijuca, clique no botão abaixo.